031 3409-6371 colfiei@gmail.com

 O CURSO + HABILITAÇÕES

 

O Curso de Formação Intercultural para Educadores Indígenas funciona na Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais desde 2009 e tem como objetivo formar e habilitar professores indígenas, em caráter de licenciatura plena, com enfoque intercultural para lecionar nos anos finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio, com quatro áreas de habilitação: Línguas, Artes e Literaturas; Matemática; Ciências da Vida e da Natureza; e Ciências Sociais e Humanidades. A contextualização do processo de formação tem como referência a realidade dos povos indígenas, em especial a realidade da educação escolar indígena no país, tanto no que se refere às políticas públicas vigentes como aos diversos processos de implantação das escolas indígenas específicas, interculturais e bilíngues. O destaque é dado à relação com o território, uma vez que grande parte das etnias indígenas têm problemas relacionados com o acesso ao seu território tradicional, bem como a necessidade de criar meios de sustentabilidade e da auto-gestão em territórios sempre pressionados pelo sistema de produção dominante e pelas disputas por ele geradas em relação às populações locais. Para conferir o diploma é prevista a carga horária de 2925 horas e um período de quatro anos (08 semestres letivos) para sua integralização, inclusive a oferta da disciplina Língua Brasileira de Sinais, Libras, como disciplina curricular obrigatória. O Curso se organiza em tempos/espaços diferenciados, estruturando-se em percursos acadêmicos, com currículo flexível, organizado a partir do projeto sociocultural do estudante. O currículo se organiza em atividades na UFMG (Etapa Intensiva) e no espaço de atuação e vivência dos estudantes (Etapa Intermediária), isto é, nos territórios indígenas. A coordenação do curso é feita por um Colegiado, composto por 01 coordenador; 01 vice-coordenador; 01 secretária; 01 coordenador de eixo, 04 coordenadores de área, 01 representante do corpo discente. O colegiado conta ainda com um Conselho Consultivo de Lideranças Indígenas que varia de acordo com a composição étnica dos estudantes do curso. O curso conta com um processo seletivo específico voltado para estudantes indígenas, e nos últimos 10 anos formamos estudantes das etnias: Xacriabá (MG), Pataxó (MG e BA), Pataxó Hã Hã Hãe (BA), Maxakali (MG), Pankararu (PE), Guarani Mbya (ES e RJ), Guarani Nhandeva (RJ). O curso conta com as parcerias do Ministério da Educação, Fundação Nacional do Índio, Fundação Nacional de Saúde e Fundação Mendes Pimentel.

 

ATIVIDADES DO CURSO

 

O curso está estruturado em eixos temáticos com o tema integrador: ser educador intercultural indígena, desenvolvido através do eixo “Escola Indígena e seus Sujeitos”, envolvendo as áreas de educação intercultural, educação escolar indígena e formação de professores. Os eixos específicos estão voltados para a formação do educador intercultural em cada área de conhecimento, em seus aspectos teórico-conceituais-metodológicos: o “Conhecimento Sócio- Ambiental”, envolvendo as áreas de Ciências da Vida e da Natureza e Ciências Sociais e Humanidades; as “Múltiplas Linguagens”, envolvendo as áreas de Línguas, Artes e Literatura e Matemática. Além destes eixos, há também um eixo de Formação Complementar, possibilitando uma interação com outras áreas de conhecimento e a formação livre, garantindo ao estudante uma autonomia dentro de seu percurso acadêmico. A Formação Complementar pode ser oferecida por outras unidades e também entre as quatro habilitações do curso, uma vez que as quatro habilitações terão diferentes disciplinas oferecidas durante um mesmo período do ano. A matriz curricular do curso está organizada através das seguintes atividades acadêmicas: Seminários Temáticos, onde serão discutidas questões centrais relacionadas à educação intercultural, tendo como convidados, professores e lideranças indígenas do Brasil; Discussões Temáticas, voltadas prioritariamente para questões do processo de formação do educador intercultural, tendo como referência o próprio processo vivido no curso; Disciplinas propostas dentro de Grupos de Disciplinas, tendo como objetivo aprofundar nas áreas de conhecimento definidas nos percursos acadêmicos; Oficinas, possibilitando que os estudantes se envolvam em atividades práticas voltadas para sua formação; Práticas de Ensino, que têm como eixo a reflexão das experiências nas escolas indígenas, além da observação e análise de experiências em outras escolas; Estágios Curriculares, realizados preferencialmente nas escolas indígenas, sendo aberta a possibilidade de estagiar em outros projetos educativos afins, para troca de experiência (escolas família agrícola, escolas dos acampamentos e assentamentos, escolas do campo); Projetos de Pesquisa e Intervenção, realizados ao longo do curso, com questões definidas por cada estudante ou grupo de estudantes e com o acompanhamento de um professor orientador, culminando na elaboração do TCC (Trabalho de Conclusão de Curso); Laboratórios Interculturais, onde os estudantes do curso se reúnem com outros estudantes e docentes da UFMG para o desenvolvimento pesquisas, de projetos de intervenção e de produção de material sobre temáticas diversas, possibilitando que cada estudante esteja integrando os grupos de pesquisa e extensão da UFMG. Os membros das comunidades indígenas detentores de conhecimentos tradicionais podem ser convidados a participar destes Laboratórios Interculturais e dos Seminários Temáticos, criando, assim, um envolvimento de todos num diálogo intercultural, caracterizado, sobretudo pelas passagens, mediações e processos tradutórios; Atividades Acadêmicas Complementares, com propostas de estudos dirigidos relacionados aos temas das áreas de conhecimento; Atividades Acadêmico-Científico-Culturais, que podem se configurar como momentos de inserção dos estudantes no espaço da cidade, participando de atividades culturais como ir a teatros, cinemas e concertos. Também pode ser o momento para participar de Seminários, Oficinas, Exposições e Mini-Cursos, relacionados aos percursos acadêmicos; e Iniciação à pesquisa, docência e extensão, propiciando o envolvimento do estudante em grupos de pesquisa e extensão da universidade.

 

PERFIL DO EGRESSO

 

O curso tem como objetivo formar e habilitar professores indígenas em Licenciatura Plena, com enfoque intercultural, para lecionar nos anos finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio, com áreas de concentração em Línguas, Artes e Literaturas; Matemática; Ciências da Vida e da Natureza; Ciências Sociais e Humanidades. Procura ampliar a compreensão crítica da realidade e a capacidade de atuação sobre ela, além de propiciar a apropriação crítica de instrumentos culturais e recursos tecnológicos nos diversos âmbitos da vida sociocultural. Pretende formar educadores capazes de pensar e criar instrumentos e processos próprios e adequados de conhecimento e de transformação da realidade em suas aldeias fortalecendo os processos interativos entre as escolas indígenas, suas comunidades e a sociedade em geral, desencadeando projetos sociais e ações integradas nos calendários naturais e sociais dos espaços em que as escolas estão situadas. O curso também pretende contribuir para a construção de um sistema de ensino para as escolas indígenas brasileiras, através da elaboração de propostas curriculares, materiais didáticos, sistemas de avaliação e calendários escolares adequados às necessidades e aos interesses de cada povo indígena. Dessa forma, busca formar educadores interculturais, comprometidos com sua comunidade indígena que possam intervir em sua realidade de modo a transformá-la, tendo como eixo, a reflexão sobre a prática vivida, utilizando, para isto, os instrumentos culturais construídos no curso, através de um processo de pesquisa-ação.

FORMAÇÃO INTERCULTURAL PARA EDUCADORES INDÍGENAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

Av. Pres. Antônio Carlos, 6627 – Pampulha, Belo Horizonte – MG, 31270-901

031 3409-6371

colfiei@gmail.com